Não tire nada além de fotos. Não deixe nada além de pegadas. Não leve nada além de saudade.
Banhada por um mar de águas transparentes e cortada pelas sinuosidades de rios piscosos, Itanhaém é pródiga em praias exuberantes e trilhas ecológicas, razão porque é o destino de amantes da...natureza e praticantes de esportes radicais (também de outros esportes não tão radicais assim).


Me apaixonei por tudo isso há três anos.
Compramos uma casa com um terreno enorme e nos mudamos para cá, cidade pequena banhada por águas tranquilas, longe de São Paulo, suas neuroses e seu trânsito caótico.


Indicada para crianças, a trilha do Morro do Sapucaitava é bem conservada e facilmente percorrida, até por aqueles que têm medo de altura.
Confesso: já "travei" em Ubatuba, quando hospedada no Refúgio do Corsário.

A trilha contornava um morro, mas era irregular (ora estreitíssima, ora mais larga; torta, coberta por areia escorregadia) e ladeada por fundo precipício. Foi o Roberto, à frente, derrapar, para que eu congelasse. Aqui, não há esse perigo.
Se o morro ladeia o caminho, de um lado, do outro há um muro e o chão é, no mais das vezes, constituído por degraus ou, se despido, não apresenta maiores obstáculos. É seguro.

O morro é um santuário da Mata Atlântica, com influência marítima, e conta com vasta diversidade da flora e da fauna.
É claro que não se pode abusar. Se chover, os riscos de queda aumentam, porque o que é terra vira lama, por óbvio.

Mas não é possível se perder e quedas não representam um desastre. Entretanto, não custa se cuidar, né?
O acesso à Trilha do Sapucaitava se dá por uma ruazinha atrás do Itanhaém Iate Clube, travessa da Rua João Fazah, localizada no bairro Praia do Sonho, mais precisamente na ponta da Praia dos Pescadores ou Mulheres de Areia (aquela colorida por barcos de cores vivas, repleta de surfistas e, é claro, tem a estátua Mulheres de Areia na ponta adversa).

O problema é que hoje sua indicação está equivocada e o Morro Sapucaitava foi chamado Morro do Paranambuco. Este, o Paranambuco, é outro, o da caixa d'água, e será tema de outra visita e nova postagem.

Ignore a denominação que deram ao morro. Vê o Iate Clube, beirando o Rio Itanhaém?

Pois bem, o passeio o levará até essa ponta, com praia feita de areia e rochas e muitas piscinas naturais.

Esse é o presente: uma praia deslumbrante. De um lado, o Rio Itanhaém, com águas salgadas (lugar chamado Boca da Barra, é a desembocadura do rio); do outro, o oceano.
São muitas imagens, uma mais linda do que a outra: a vista do alto, o rio (salgado), as piscinas, as pedras, muitas cobertas de "cabeleiras verdes" feitas de algas. Com essas, sim, tome cuidado, pois são escorregadias.
Não tire nada além de fotos. Não deixe nada além de pegadas. Não leve nada além de saudade.
Explore à vontade, contanto que "não tire nada além de fotos; não deixe nada além de pegadas; não leve nada além de saudade". Você vai gostar e voltar. Recomendo: leve uma mochila, com água e algo para comer e, também, curativos. Não há comércio na Praia da Saudade, nem borrachudos (mutucas, pernilongos). Curativos pode ser uma coisa meio neurótica, mas é sempre bom prevenir. Ah! Também leve roupa de banho, toalha e filtro solar, é claro!
Mais: leve sacos de lixo (para trazê-los de volta). Se você é responsável e um ecoturista, natural que recolha o seu lixo. Afinal, caminhões não conseguem acessar o lugar.

Saia do lugar-comum e leve, também, um pouco do lixo dos sujismundos de plantão. O lugar é bem conservado, mas o ser humano pode não ser lá essas coisas.

Na volta (ou na ida), há restaurantes, quiosques, uma boa infraestrutura, com variadas opções, com muitas bancas de ostras (que você compra baratinho, por unidade, e consome nas barracas, com limão e sal), caranguejos, açaí ou pratos a la carte.
Nós (o Roberto e eu) apenas trilhamos até a praia, de nome Praia da Saudade.


Na volta, nós dois - sedentários com as pernas doloridas de tanto caminhar (praias, trilha, praia) -, calculamos e chegamos à conclusão que não aguentaríamos a subida.

Eu: "Foi legal, Gustavo?"
- Ô!

O RIO ITANHAÉM, DE UM LADO, DE ÁGUAS SALGADAS
Clique em qualquer imagem da postagem para ampliá-la.
Aqui é uma amostra, claro. As imagens estão publicadas na coleção Itanhaém, no G+.




DO OUTRO, O MAR, AS PISCINAS NATURAIS E MUITAS PEDRAS
As águas se confundem, se misturam, o rio deixa de ser rio e é salgado; o mar, deixa de ser mar e perde as ondas.



























A PRAIA DOS PESCADORES





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ILHA DAS CABRAS, EM FRENTE À PRAIA DOS PESCADORES Fácil acesso, nas marés baixas. |


E UM POUCO MAIS DA TRILHA








VISTA DO OUTRO LADO DO RIO
Lá, do outro lado, o Morro Sapucaitava e o Iate Clube.
Na pontinha, à esquerda, a Praia da Saudade.




O Costão Rochoso, que no seu conjunto abrange cerca de 2 km de extensão, entremeado pelas praias dos Sonhos e Pescadores. Neste ambiente surge com importância a observação da fauna e flora características de costão, podendo ser vislumbrados em pesquisas e visitas monitoradas com o objetivo de eco turismo e educação ambiental.
O Morro do Sapucaitava apresenta vegetação característica de Mata Atlântica diferenciada de áreas interiores pela influência dos ventos marinhos e dos salpicos de água salgada. Ao centro do morro, há mata secundária em estágio inicial e médio de recuperação, e em todo o seu entorno, há predominância de espécies pioneiras. Algumas das espécies botânicas formam maciços ao longo da trilha como o caeté e a pita, possibilitando facilmente o reconhecimento destes exemplares.
A avifauna também é dominante, havendo uma comunidade de Urubus instalada, que utilizam o local como descanso. Outras espécies facilmente encontradas são os Bem-te-vis, Corruíra, Pomba, Pomba-rola, dentre outros. A trilha ecológica do Morro do Sapucaitava oferece um quiosque de informações turísticas. Em todo o percurso, há sinalização apropriada, padronizada, indicando o caminho aos visitantes. A duração do percurso é de 30 minutos e tem como grau de dificuldade o nível fácil.
História - Tombado pelo CONDEPHAAT e considerado de utilidade pública desde 15 de março de 1962, o Morro do Sapucaitava teve importante significado na década de 40, durante a Segunda Guerra Mundial. Isso porque, neste período, antes do Brasil aderir ao conflito, alguns moradores da cidade garantiram ter visto uma embarcação de bananas descendo o Rio Itanhaém carregada de tambores de óleo diesel. Em seguida, ainda de acordo com declarações da época, um submarino alemão emergiu para recolher todo o produto.
Com isso, apesar da história não ter sido comprovada, 120 homens do Exército Brasileiro foram enviados ao Sapucaitava, onde passaram um ano e quatro meses patrulhando a área e pesquisando sobre um possível posto alemão instalado na costa do litoral paulista. Soldados munidos de binóculos passavam dia e noite espiando o mar do alto de uma pedra, que, por isso, recebeu o nome de "Pedra do Espia" e hoje é um dos principais atrativos do Sapucaitava. O mais curioso é que, mesmo não tendo sido confirmada a passagem do submarino por Itanhaém, em 1943, a embarcação alemã U-513, comandada por Friederich Gruggenberger, torpedeou, em Iguape, o navio brasileiro Tutóia, que transportava café de Paranaguá a Santos, com 37 tripulantes.
Fonte: site da prefeitura de Itanhaém
Conheci Itanhaém há 2 anos e sou uma deslumbrada e já estou ajeitando as coisas pra me mudar, também. Está ficando pesado baixar pra praia todo fim de semana. Parabéns, Maria! A trilha é maravilhosa (eu conheço e levo os amigos) e passeio obrigatório.
ResponderExcluirQuem sabe a gente não fica vizinhas? Parabéns pelos blogs também. São muito bons.
Magda Amarante
Oi, Gloria, achei o seu blog. É lindo! Que cidade deliciosa, menina. Estou devendo uma visita e passo aí no final de semana. Vamos combinar fazer a trilha? Adorei!
ResponderExcluirSilvana Bertoldo
Que lugar mais lindo! Você está no paraíso! Fez muito bem em mudar de São Paulo para essa cidade tão linda! Eu espero me aposentar para ir também para um lugar tranquilo e magnífico. É preciso ter coragem para ousar, mas talvez seja preciso mais coragem ainda para ficar como se está, enfrentando todos os dias trânsito, poluição e violência. Parabéns pela atitude e pelos blogs. São demais!
ResponderExcluirKelly Souza Ramos
Bacana o post,
ResponderExcluirDeu pra ter uma boa ideia do lugar,
Final de ano vou pra mongagua, to montando um roteiro pra aproveitar o Maximo, e esse foi incluir concerteza haha
abc
Obrigada, Marcelo, pelo comentário e seja bem-vindo ao meu paraíso! Há, no litoral sul, muitos lugares interessantes e belíssimos para serem apreciados. Com certeza, apenas o final do ano será pouco para aproveitar tudo, mas espero que goze ao máximo a estada na região. Com respeito pelo meio ambiente e responsabilidade, claro. Um abraço!
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