
Antibióticos, xaropes, antialérgicos e estamos prontos...
É sempre assim: chega o inverno e o Roberto é atacado pela tosse; pouco antes ou pouco depois sou eu, com a sinusite. Uma cacofonia com data marcada.
Antibióticos, xaropes, antialérgicos e estamos prontos... para um novo ataque.
O inverno - se bem que não seja tão agressivo quanto para aqueles que vivem mais próximos aos polos - costuma ser uma estação sofrida. Se o frio não é intenso, é úmido; "penetra" nos ossos.

Vai daí que outro dia passou na televisão um especial sobre a Costa Rica: país sem violência (nem exército tem), com respeito incomparável ao meio ambiente, sem corrupção e com índices de qualidade de vida invejáveis, atrai muitos americanos aposentados para morar lá. Pudera: o sistema de saúde tem acesso gratuito e qualidade incomparável. Nos States, o acesso a um bom plano de saúde é muito caro; aqui, idem.

Não é só isso. Enquanto a América Latina e boa parte da Europa sofreu com ditaduras totalitárias, o pequeno país desenvolveu a estabilidade política, econômica e social.
Tudo um paraíso só.
Daí seria nosso sonho de consumo, ganhássemos na loteria. Sozinhos, claro. É praticar o inglês e continuar jogando.
Com a nova crise de sinusite - que acabou com parte de meu feriadão e da qual estou me recuperando - o sonho ganhou mais vida e comentários, em casa.
Resolvi pesquisar mais, porque paraísos perfeitos existem no ideário, não no plano da realidade.
Primeiro: a língua oficial do país é o castelhano, não o inglês. Ok. É treinar, também. Tudo, no entorno, é inglês ou espanhol, mesmo.
Segundo: há vulcões - e tremores - por todos os lados.

Parece que meu temor, acerca dos vulcões, é infundado. Afinal, se não há prejuízo para moradores e visitantes, e o entorno dos vulcões é cuidadosamente monitorado, tudo que eu alegue pode ser considerado excesso de zelo. Os tremores são mínimos.
Mas há algo maior, que não posso qualificar "imprevisível": os furacões. Em novembro de 2016 (portanto, bem recentemente) foi notícia o furacão Otto, que afetou o território costarriquenho. Segundo o G1, "Esta é a primeira vez na história que um furacão vai impactar diretamente a Costa Rica, um pequeno país da América Central que por sua posição geográfica, costuma receber efeitos indiretos destes fenômenos."
Em tempos de fúrias da natureza, em represália contra as mazelas armadas pelos humanos, é de se esperar que novos fenômenos se façam sentir no território hospitaleiro.
Se tudo ali é limpo e perfeito, o mesmo não se pode dizer dos vizinhos, próximos e distantes, que emporcalham águas, clima e aquecem a temperatura.
Daí poderia repensar o sonho de consumo. Temos todo o nordeste, aí ao lado, sem inverno, como aqui, e amigos apaixonados que para lá se mudaram (inclusive a filha caçula, para a bela Maceió).
Pode não ser um paraíso tão perfeito, assim, em termos de corrupção, qualidade de vida, hospitais, preservação da natureza.
Entretanto, tudo é uma questão de se ponderar. De se conhecer melhor o que se quer, o que pode atender nossos anseios e valorar com o peso adequado (o que é absolutamente pessoal) o que nos interessa.
Mais umas visitas ao Google e verifico que, por conta do furacão, foi organizado o maior plano preventivo contra desastres naturais já organizado no país, com 70% do território em alerta vermelho e estado geral de emergência e nada menos do que 3.600 pessoas alojadas em 24 refúgios. Nove pessoas morreram em decorrência da tormenta tropical.
Prós e contras listados, a Costa Rica continua sendo o sonho dos sonhos. Até porque os desastres naturais avisam quando chegarão e um bom seguro garante os bens materiais. Basta pegar um avião e aguardar.
Ainda que fique na fila (que deve ser longa), é um lugar perfeito para se morar. Se um dia souberem que alguém ganhou na loteria sozinho, em Itanhaém, e este blog começar a divulgar só paisagens de um paraíso no Caribe, já sabem o que aconteceu.
Talvez a Costa Rica seja um sonho possível, ganhando na loteria; o nordeste, não: é possível a qualquer tempo, necessitando apenas de algum planejamento. Mas se existe uma Costa Rica, não existe "um nordeste". É um mundo dividido em nove estados e centenas de cidades, cada uma com personalidade própria. Se o David se apaixonou por João Pessoa, a Carol tem no coração Maceió. Para quem não conhece uma única cidade da região, há muito, ainda, a explorar. Até lá, sou uma servidora estadual, e meu universo, para fins de moradia, se limitam ao estado de São Paulo. Itanhaém está de bom tamanho. Meu paraíso. Com inverno.
ResponderExcluirMuito interessante, já tive curiosidade, em conhecer a C R, porém, nunca pude, quem sabe um dia. Agora, estive em Itanhaém na colônia da Afpesp, aliás, muito boa, e fiquei triste com o número de usuários de drogas. Inclusive invadindo a estação de trem e a rua das bananinhas. Muito triste.passei minha infância lá.
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